quinta-feira, 25 de maio de 2017

portas de fechar

Até parece que se entrassem pela tua porta de fechar para implantarem o medo, te escondias e te abnegavas de ver o deitar do sol, sem espreitar pelas farripas de estore que sempre te denunciaram.  Até parece que alguma vez te escondeste atrás dessa tua porta de fechar para que não te vissem do postigo, sem espreitar pelo óculo e tentar saber quem batia ou de tanto bater o que te queria.
Pois não parece que o mundo, pelo menos o dos outros, tivesse vivido este tempo todo sozinho e que tivesse escolhido o fundo mais fundo que esse teu mundo pode estar de ti, para todos os dias desaparecer quase-quase à mesma hora.



De tanto buraco feito na porta de fechar, buracos feitos de espreitar os outros mundos, deixaram retalhos na porta que deixou de ser apenas de fechar, retalhos que entram para implantar o medo. Até parece que te abnegavas de ver o deitar do sol…

Sem comentários:

Enviar um comentário