São capazes de imaginar o
silêncio que é preciso para viajar para norte, sítio de rimas fáceis quer com a
morte, quer com a sorte. Apenas o vento assobia no vidro entreaberto, como os
lábios surdinam numa folha de papel, numa espécie de esgar apertado de quem
sabe para onde vai sem nunca saber se é de lá que se vem. Ao longe, as luzes
dos outros enfileiram a vontade de ir para onde vai a manada. Não sei se haverá
sorte para tanta gente, sei que nenhum deles escapará à morte naquele dia de
deixar de ser gente. A uns morre-lhes o corpo, a outros nunca lhes chegará a
sorte de ter o espírito, que tanto jeito dá nesta coisa de tentar ser
gente. O céu vai despindo o azul, dando
o mote à hora a quem não quer sortear a sorte e a morte. Esses que sigam para
sul.
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