Parece
que o sol também sabe que o homem sempre regressa a casa, caindo devagarinho o
sol, esse homem e a vontade de abraçar a mulher e os filhos. Os olhos vão
fechando de cansaço e ao mesmo tempo os sorrisos das crianças vão aumentando de
sonoridade e de ansiedade. Falta pouco para que a buzina do camião faça soar o
jantar e a partida das crianças numa corrida infernal de serem as primeiras a
chegar à porta. O camião costuma bufar de cansaço quando é desligado e quase ao
mesmo tempo o pai chegará à porta com os abraços fortes, beijos prometidos e
algumas prendas de França. A mulher, mais comedida, sente o coração apertado de
cuidado. Ela sabe que um dia pode a buzina não soar à vontade de o beijar. Pode
o camião teimar em não chegar, teimar em não trazer de volta quem nunca quis
partir.
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